domingo, 28 de março de 2010

I learned to walk, not to love

Eu estava a três passos do extremo da minha coragem. A três passos da porta. A três passos de ter tudo. Ou a três passos de não ter absolutamente nada. De qualquer forma, eu estava a três passos. Meu coração batia a três batidas fortes por cada segundo. E em três segundos eu poderia sufocar. Só três passos. Mas os três passos mais difíceis da minha vida. Porque os passos mais difíceis não são aqueles, de quando você aprende que o mundo pode ser muito mais, quando você consegue andar e deixa de rastejar pelo chão, ou carinhosamente tratando a situação como um sutil “engatinhar”. Mas na verdade, é mais ou menos igual, quando você está ali, você é só uma criança pequena e imponente, mas você sabe que pode levantar, você sabe que foi pra isso que você nasceu com pernas. Você sabe que se seus pais, seus irmãos, qualquer pessoa é capaz de andar, você também pode. Mas você se sente incapaz, então ou você não tenta, ou tenta e cai, chora. Mas insiste e tenta de novo... Você pode até cair mais uma vez, mas vai tentar e uma hora, não vai mais ser tão difícil andar.
E que maravilhoso é quando você aprende! Pode correr, conhecer a liberdade! É belo, é maravilhoso, sublime. Quase como quando você conhece o amor. Que sentimento mais lindo esse, em que você pode acariciar, sentir borboletas no estômago, trocar carícias, sentir-se feliz. E que grande pacote de mentiras! Assim como quando você aprende a andar... Você vai achar bom no começo, mas depois você vai ver que ninguém mais te carrega no colo. Você vai cair correndo e vai se machucar. E vai doer. Então você vai pensar em como era bom quando você gatinhava. Lá você realmente tinha tudo. E no amor é mais ou menos assim. É quando você não tem nada que você percebe que tem tudo. E quando você tem tudo, sempre vai achar que não tem nada. E no final das contas, tudo que você pensar a respeito do amor vai estar errado. E certo. Porque o amor é aquele tipo de coisa que você não sabe ao certo o que pensar.
Eu estava a três passos de ter o amor da minha vida. Ou eu estava a três passos de ter a maior decepção da minha vida. Não importava. Eu estava a três passos da porta. Mas a casa imponente me colocava medo. Os três passos mais importantes da minha vida. Mas eu preferi continuar engatinhando. Eu poderia aprender a andar depois... Então eu fui embora. Medo, talvez bem mais complexo que o amor. Caminham juntos e atrapalham-se mutuamente. Medo, amor. São coisas que você não precisa sentir enquanto você não aprende a andar. Mas você não aprende a andar sem eles. Mas eu aprendi a andar. E a correr. E eu corri pra longe, fugindo. Porque eu não aprendi a andar na corda bamba que é o amor.

quarta-feira, 24 de março de 2010

If only my life could be like the movies



If only my life could be more like the movies. I want an angel to sweep down to me like it does to Jimmy Stewart in "It's a Wonderful Life" and talk me out of suicide, I've always waited for that one moment of truth to set me free and change my life forever, but he won't come, it doesn't happen that way. All the drugs, all the therapy, fights, anger, guilt, rave, suicidal thoughts, all of that was part of some slow recovery process, the same way I went down I came back up, gradually... and then suddenly. The pills weren't the cure at all, God knows, but they gave me breathing space which allowed me to start writing again only this time it was not as if my life depended on it.

domingo, 21 de março de 2010

Time to grow up

Eu tentei nos salvar de nós mesmos e do que queríamos... pensei que talvez assim pudéssemos arrumar um caminho, mesmo que fossem cigarros ou beijos sem sentido, toda a poesia que conseguir em três acordes e gritos.
Tanto trabalho para nada, afogar em esquecimento só serviu para ver você partir-se em dois... desculpa mas acho que é a nossa hora de crescer.

"Prozac Nation"

“Quando se olha o mundo de fora é muito fácil dizer o que se deve fazer, como e até quando. Achamos soluções para todo mundo, desde que não estejamos envolvidos. É fácil falar da dor que não sentimos, do amor que não perdemos, dos problemas que não temos e da vida que não vivemos. Somos assim muito sábios quando o espinho não está em nós. Os altos e baixos são comuns a todo mundo. Ninguém vive em linha reta. E há pessoas que suportam mais facilmente as subidas e descidas da vida que outras, como umas pegam certas doenças e outras não. Há coisas que não se controla, pois se tivéssemos escolha, optaríamos sempre por uma vida sã.”

*Texto não é da minha autoria e nem trecho do filme ou do livro, e foi retirado deste vídeo.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Screw you, I hope you blow away

Música, quotes, seriados... Tudo isso parecia ser tão difícil, parecia machucar tanto. Lembranças de coisas que nem ao menos existiram. Lembranças de meras fantasias, escritas no papel, na tela. E depois você cresce e pensa como a garota grande. Então você passa a ter responsabilidades e um belo dia você tem aquilo que tanto fantasiou. E as músicas, os quotes, os seriados continuam parecendo difíceis. E eles são. Eles continuam sendo. Mas agora eles tem significado. Agora você não tem lembranças fantasiosas no papel. Agora você tem de que lembrar. Você tem um toque a lembrar, você tem um cheiro a lembrar. Você tem alguém pra lembrar. E é quando você percebe que está completamente fodida. Porque esse alguém nunca vai passar disso que ele é. Esse alguém não mudaria, muito menos por você. E sempre, sempre vai existir alguém melhor. Afinal, é aí que você aprende que não se faz uma pessoa gostar de você. Ou ela gosta ou ela não gosta, é um fato. Ainda que você se doe por essa pessoa, ainda que você chegue perto do seu coração, não é isso que vai ser suficiente. Porque você apenas chegou perto. E perto não é o suficiente, você não chegou lá. Você falhou. Você falhou mais uma vez. Falhou lá, enquanto sua vida estava na tela, no papel, no caderno. E falhou agora, porque aqui você não é o suficiente. E agora você tem músicas e lembranças. E cheiros. E desejos. Desejo de que as coisas fossem mais fáceis, que o mundo fosse mais fácil. Não seria simples chegar e dizer o que sente? Mas isso apenas o afastaria... E isso você não suportaria. É claro, ninguém aguentaria. E tudo que você pensa é "por que ele não é diferente?" ou "por que eu deixei chegar até aqui?" Não é sua culpa. Ainda que você se culpe por isso, não tem nada a ver com você. Porque você foi forte, você encarou isso de frente. Você tentou. Não é sua culpa se ele não te notou, mas você fez a sua parte. E no final das contas, dá tudo na mesma merda, porque você falhou. Você não conseguiu o que pretendia e não vai demorar muito pra você ver tudo aquilo que não gostaria, que não queria. Vai estar bem diante dos seus olhos. Mas você ainda pensa em um futuro, já que ninguém sabe dele, ninguém o prevê, então você pensa. E no fundo você espera que o seu talvez tome algum fundamento. Bem, no fundo você também sabe que de nada adianta apostar nas suas incertezas. Ali no fundo você sabe que deve continuar aceitando o fato de que nada vai mudar e que nada vai fazer com que ele te note, com que ele goste de você. E por ventura, que um dia você possa chamá-lo de algo mais que amigo. Bem, você tem plena consciência de que nada vai mudar, mas você ainda sim acredita no futuro. E você faz bem, tanto quanto faz mal. Mas no fundo você é realista e sabe que tudo vai continuar a mesma merda. E isso já nem te motiva mais...

quinta-feira, 4 de março de 2010

We could be...

Eu acredito nas casualidades, nos encontros, nas passagens.
Nas conversas que temos, nas músicas que cantamos. No que somos e nunca deixamos de ser.
Eu acredito que podemos ser muito fortes, muito mais. Podemos ser como todos, e o tudo pode ser capaz.
Eu quero suas mãos, suas ideias e defeitos, que me ensine o seu jeito, enquanto aprende o meu.
Quero que faça sentido, que seja proibido, mas que entre nós todos não exista lei.
Quero ser tudo que tem graça, que tem gosto e da pra sentir.
Quero o que mais me da vontade, e quero vontade pra prosseguir.
Quero voar, mergulhar, morrer e matar a vontade de querer.

quarta-feira, 3 de março de 2010

"Me cerca, cercadamente."

“Cheguei até a ficar feliz com sua visita, era menos um dia, ou melhor, era uma esperança de menos um dia, porque ele iria embora, e quando ele fosse eu estaria novamente sozinho, e sozinho eu não me responsabilizo pelos meus atos, sozinho o meu mundo é desfigurado, é frio e sem graça, é sórdido, mas é meu, e sozinho mesmo eu já aprendi a caminhar nele, já estou acostumado com o embaçamento, com o peso, sei direitinho como é rastejar pelo chão, e num desses rastejar, qualquer dia caio ralo abaixo e lá se vai meu mundo desfigurado, enquanto meu pai estará aí, sentadão, firme no sofá da realidade, e eu disfarçando, tentando achar algum cipó para me erguer e sair dessa areia movediça que me cerca, cercadamente.”
(Estigma, Sergio Scol. PG 72-73)