quarta-feira, 14 de abril de 2010

Baixinho, bem ali

"De tantas dores, grandes amores, tantos que já se foram, outros que nunca estiveram. Ter você era aconchego subentendido, a mão estendida que nunca chegava, apenas bordava preocupada. Entre tantos pontos e motivos coloridos, desenhos de uma cena feliz, ali ao lado, eu chorava baixinho uma perda, uma dor, um amor nunca acontecido. Baixinho eu chorava amparada pela sua presença logo ali ao alcance das palavras nunca ditas..."

terça-feira, 13 de abril de 2010

Nada mudou. Nada muda

Nós estávamos sempre compartilhando cigarros, bebidas, beijos. Tudo que fazia mal. Tudo que nos partia, quebrava e bagunçava. E mesmo assim continuávamos. Sem medir tempo, nem dor. E agora sou eu sozinha que se parte em dois, três... mil pedaços, sem sequer poder exigir que você os una novamente. Unindo-se à mim. Conectando-se à mim, como tantas outras vezes.
Porém tudo que eu sinto é a frieza do toque das suas mãos geladas, num cumprimento sem emoção. Você sequer diz "oi" e se diz, é pela obrigação do cotidiano. E eu fico aqui, do mesmo modo que eu estava no ponto de partida. Talvez pior.
Nada mudou se não nome, sobrenome e endereço. Mas continua igual. Você sempre esteve sem estar e eu ainda sim acreditei. Mas nada mudou e tudo continua igual.

domingo, 11 de abril de 2010

Time to pretend

Você disse 'Oi'; eu respondi.
Você não tinha mais cigarros; eu ofereci.
Você queria andar; corremos.
Você queria beijar; eu também.
Você tinha medo; eu não.
Você tinha algo; eu não tinha ninguém.
Eu te beijei.* Você me beijou.
Eu queria beijar; você não sabia mais.
Eu queria correr, você fugiu.
Eu tinha você; você não queria nada.
Eu disse 'Oi'; você disse 'Adeus'.
Eu tenho tantos cigarros; você nem fuma mais.
Queria que você ligasse; você não ligou.
Queria que você falasse; você se calou.
Queria que o tempo passasse; você voou.

A: Vamos nos encontrar?
B: Já nos encontramos. Inclusive, já nos perdemos.
A: Vamos tentar!
B: Já tentamos, mais de uma vez. Vamos parar por aqui?
A: Estamos parados há muito tempo.
B: Então, vamos deixar tudo como está.
A: Não podemos. Já mudamos tudo.
B: Vamos fazer o quê?
A: Não sei, me liga.

(Esteban)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

When does pleasure become pain?

Put your hand against your skin. Ponha sua mão contra a sua pele.
Rub it gently to begin. Esfregue gentilmente pra começar.
You feel it? Você sente?
Can you feel it? Você está sentindo?
When does pleasure become pain? Quando prazer vira dor?
When does sex become insane? Quando o sexo fica insano?
Last Legal Drug (Le Petit Mort), Korn.

Às vezes eu não sabia se deveria ir ou ficar, chorar ou sorrir, amar ou odiar. Era algo além da minha capacidade de raciocínio que me dominava a cada novo instante, começou de um jeito tão simplório que hoje me pergunto como fui capaz de cair em uma armadilha tão perigosa, uma teia cruel tecida por um único idiota, eu mesmo. Havia momentos em que eu queria fugir, me esconder, chorar, buscar o colo da mamãe, e a segurança em seus braços, amor de mãe ainda é verdadeiro, pois eu precisava de você para ser meu porto seguro, beijar meus lábios, e confortar-me nas noites solitárias, eu queria ter a certeza de quando estivesse em perigo olharia ao redor, e encontraria você, quando as dúvidas invadir-me você seria minha certeza, minha coragem, meu amor. Você faria meu dia completo, seria meu sol, meu pequeno raio de sol, sunshine. Eu preciso gritar, falar, te amar. É algo tão simples que torna-se cada dia mais distante, a dor era um problema diário cada vez que meu olhar mergulhava ao seu. Eu tinha certeza de que você era brilhante, mesmo que fosse no mais profundo da sua essência, eu sabia que você era doce, sabia que você também precisava de mim.

(Trecho de Beg For Me, de Nathalie Gaudêncio. Postada em Fics de Bandas)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

"Isso também vai passar..."

"Era uma vez um rei que administrava seu reino com extremo zelo e que para tanto contava com bons conselheiros e até mesmo com um sábio em sua corte, além de fiéis cavaleiros bem preparados para um combate inesperado.

Numa manhã o rei recebeu de presente de um visitante nobre um belo rubi e mandou chamar o joalheiro da corte para pedir a este que criasse um anel, que seria o seu anel da sorte, pois assim o aconselhara o visitante que lhe presenteara a pedra.

O rei pediu ao joalheiro que criasse um pequeno compartimento no anel que deveria estar exatamente debaixo do rubi, onde um pequeno pedaço de papel pudesse ser armazenado. Como o compartimento era muito pequeno, qualquer coisa que se escrevesse naquele pequeno pedaço de papel não poderia ultrapassar quatro palavras.

Quando o anel ficou pronto o rei mandou chamar o sábio e lhe explicou sobre o anel. O rei então pediu ao sábio que lhe escrevesse as quatro palavras que lhe pudessem ser úteis num momento de extrema necessidade ou desespero.

O sábio assentiu e pensou por um instante. Chovia há dias e o sábio disse ao rei que assim que a chuva passasse ele entregaria ao rei as quatro palavras já escritas no pequeno papel tendo-o colocado no compartimento do anel da sorte do rei.

Dito isto, o rei concordou e entregou o anel ao sábio.

Passados dois dias e também as chuvas que irrompiam no reino há quase uma semana, o sábio devolveu o anel ao rei e disse:

- Majestade: abra o compartimento do anel somente num momento de extrema necessidade.

O rei concordou e colocou o anel no dedo. Passadas algumas semanas, o reino foi invadido por bárbaros e estes queriam a cabeça do rei para poderem tomar posse do reino. O rei percebeu que seu exército era muito mais fraco que o do inimigo e que fôra pego de surpresa. Era a ele que eles queriam.

Não lhe restava outra alternativa senão fugir em seu cavalo. Sem alarde pediu a seu servo imediato que preparasse seu melhor cavalo e partiu sem rumo. Os bárbaros o perseguiam e o rei se sentia acuado e em desespero.

O rei tinha decidido poupar seus soldados uma vez que o exército inimigo era duas vezes maior que o seu próprio exército e sabendo ele que era a sua cabeça que os bárbaros queriam, decidiu partir só para poupar vidas e afastar a atenção dos bárbaros para uma região vizinha a do seu reinado.

Foi então que o rei lembrou-se do anel. Abriu o compartimento e pegou o pequeno pedaço de papel onde estava escrito:

- ‘Isso vai passar.’

O rei sentiu-se de alguma forma aliviado, enxergou logo adiante uma clareira, entrou nela, se escondeu, até que os bárbaros, já o tendo perdido de vista desistiram e partiram.

Já seguro, o rei retornou ao povoado onde todos o aguardavam ansiosos, uma vez que não acreditavam que ele ainda pudesse estar vivo. Quando o viram retornar são e salvo, houve festa e exultação geral entre todos. O rei sentia-se orgulhoso de si mesmo e em êxtase por estar vivo e por ter retornado ao seu reino que permanecera intacto.

Neste momento, o rei recordou-se das palavras escritas no pequeno pedaço de papel contido no anel pelo sábio e o mandou chamar. Ele agradeceu o sábio pelas palavras escritas. O sábio pediu ao rei que lesse novamente o papel.

O rei questionou pois ele estava tão feliz, tão alegre, não havia motivo algum para desespero naquele momento e nenhuma vida tinha sido perdida na quase batalha. O rei estava orgulhoso de si mesmo e alegre.

O sábio repete:

- Majestade: lhe peço que leia novamente o pequeno papel.

O rei olha com atenção ao semblante sério do sábio e abre o compartimento do anel e lê:

- Isso também vai passar..."

(Este texto é uma adaptação livre de uma parábola sufi e não foi escrito ou editado por mim)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Time wasted

I've been thinking about you, my love
And all the crazy things that you put me through
Now I'm coming around
Throwing it back to you

Were you thinking of me, when you kissed her?
Could you taste me when you licked her skin?
And all that while
I showered you with trust and promises

What I'm needing now is some sweet revenge
To get back all that I lost then
I gave you all I had to give
But I could never reach you

I thought I knew you
Once again, you used me, used me
I should have left you
Long before you used me, used me up

Spent my money, drove my car
I treated you like a shining star
But in my sky all burnt out you are

And I'll have the last laugh
When I see you walking with someother guy
'Cause I know you are gonna end up all alone

So take these words, some good advice
All you've done's gonna come back twice
You never cared how much it hurt
I really need to tell you

What I'm needing now is some sweet revenge
To get back all that I lost then
I gave you all that I had to give
But I could never reach you

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Shameless, loveless, heartless...

São 3:54 AM, e eu estava aqui lendo algumas coisas, lembrando de outras, conversando com alguém... Uma frase, em meio ao texto que eu lia "saindo rapidamente de dentro de mim levantando-se, sem necessidade de mais nada". E me lembrei daquele dia... O último dia que você esteve em mim. E como se eu tivesse vergonha de comentar. Sabe, olhando de um outro ponto de vista, não foi bonito, não foi legal. Não foi nada. Todas as vezes era a mesma coisa. Você me usava, se satisfazia e ia embora. Só naquele dia. Só naquele, você ficou comigo. E eu ainda acho que foi por pena. Você sabia na verdade o que tava rolando, o que eu tava sentindo. E porque eu tava chorando lá fora. Você simplesmente sabia. E você acha que é legal? Ou que é fácil? Você tem uma facilidade incrível de me ignorar e fingir que nada nunca aconteceu. Tudo bem, espertalhão, pra você é bem fácil foder e largar. É da natureza, não é mesmo? Deixa eu te falar uma coisinha, não é assim que se trata. Não é assim que você deveria ter me tratado. Eu nem digo pela parte de ter me usado, porque eu deixei. Mas acho que você me deve um pouco mais do que essa pouca merda que você me deu. Você me devia pelo menos um pouco de carinho, e não esse tratamento de merda que eu recebo. Qual é a de tratar qualquer uma dessas ninfetinhas com o melhor dos tratamentos e pra mim nada? O que eu fui pra você? Quem foi que te entreteu durante as férias? Me diz, meu amor, quem foi? Você nem é tudo isso pra eu te dar toda essa moral e me sentir dessa forma. Você não é nem metade disso. Foda-se, obrigada, você não merece nada. Otário, filho da puta, é isso que eu deveria pensar de você. E no entanto eu tô aqui, perdendo minha madrugada - e essa não é a primeira -, ouvindo músicas que me fazem pensar no que eu "perdi" de você. Enquanto você tá vadiando por aí. Mas eu sei que você não tá fodendo por ai. Alguma falta você tem que sentir, então que seja essa. Vai atrás das menininhas de 13 anos, talvez elas sejam tão vadias quanto eu fui, não é? Talvez elas sejam tão ingênuas quanto eu fui. Talvez elas te deixem usá-las tanto quanto eu deixei. Mas eu duvido, otário. Eu deveria te odiar ao invés de gostar de você. E no entanto, já são 4:08 da manhã e eu tô na merda, lendo qualquer porra e lembrando de você. Ouvindo qualquer coisa na televisão que me lembra você. E pensando em qualquer passado que eu talvez até tenha inventado. Porque você é um otário filho da puta, se fosse o contrário esse texto sequer existiria. Fora do contexto, vai se foder, eu ganharia bem mais se odiasse você. Estou bem, obrigada. Vá pro inferno.

Here goes nothing

Você tem mãos. Você tem os cinco dedos das mãos. Você tem seus dez dedos. Você tem um coração. Um coração que bate perfeitamente e funciona de um modo perfeito até demais pra quantidade de cigarros que você fuma. Você tem seus orgãos, funcionando em perfeita harmonia. Seu corpo é como um relógio e cada segundo é perfeitamente ajustado. E ainda sim, algo está faltando. Você tem amigos, tem dinheiro, tem uma vida boa. Você tem tudo, tudo menos alguma coisa. Você tem um vazio, bem ali, no peito. Um vazio que nada preenche. Você tem seu corpo funcionando perfeitamente, você tem pessoas. E ainda sim, algo está errado. Algo está faltando. E no final das contas é como se você não tivesse nada. No final das contas é como se seu coração estivesse podre. Suas mãos não tivessem serventia. E você não tivesse ninguém. E o mundo é pequeno demais pro tamanho da sua solidão. No final das contas é como se você não tivesse nada. E você tem tudo... Menos alguma coisa.