sexta-feira, 31 de julho de 2009

No quê você acredita?

Eu nunca fui uma pessoa muito crente em certos assuntos, tais como Igreja, Bíblia e seus afins. Sempre achei que muita coisa foi e ainda é oculta para as pessoas, também às vezes chego até duvidar que "A Palavra do Senhor" seja assim tão contraditória onde "Você não se deitarás com seu semelhante" mas "Qualquer forma de amor é válida". Talvez seja o ponto principal em que me faz pensar. Digo, não tive minha fé abalada por best-sellers como O Código Da Vinci e Anjos e Demônios, isso foi o assunto de uma das minhas aulas de português. Mas talvez eu mesma tenha "abalado a minha fé" quando parei pra refletir.
Porém diante de tais fatos e pensamentos, que me surgiu a pergunta: Você acredita no Apocalipse? Eu digo, não em um meteoro que vai atingir a Terra em alguns anos e transformar tudo em cinzas, nem em uma inundação Hollywoodiana no estilo "O Dia Depois de Amanhã", eu digo em coisas simples, como mães atirando seus filhos pelas janelas, mortes, mortes uma após a outra. Violência, jovens usando drogas e... Vírus novos, à cada instante. Antes a preocupação era com Vírus da AIDS, vocês se lembram? Quando o maior foco estava em combater esse vírus e ok. Então eles chegaram, ou estão chegando, perto de encontrar a cura. Eu até fiz um trabalho de escola sobre isso e eu, particularmente, acredito que eles estejam realmente próximos de encontrar cura pra isso. Mas e agora chega esse novo vírus... Carinhosamente apelidado de "Gripe Suína", mas também conhecido por Influenza A (H1N1) ou Gripe A. Quando penso nisso, realmente chego a me questionar se isso realmente tem algo a ver com o tal tão falado "Fim dos Tempos". Digo, como uma gripe, é, uma simples gripe é capaz de imoblizar praticamente grande parte da população e... Matar? Eu me lembro também quando o assunto era a Dengue e o foco estava todo em combatê-la. Vocês se lembram? Era um grande alarde, começou pequenininho num lugar e logo se alastrou. Deste modo, eu penso que nunca vão encontrar curas suficiente, porque sempre existiram novos vírus.
Há quem diga que é a Gripe A - como vou chamá-la, porque Gripe Suína me soa de muito mal gosto - que mata. Eu já penso o contrário, e claro, há quem me tenha despertado essa dúvida. Estava discutindo com a Rafa na sala, não é mesmo a Gripe A que mata, o fato é que você contrai o vírus e esse vírus lhe deixa vulnerável (talvez até como o vírus da AIDS) e então você pega algo como uma pneumonia e é isso que mata. Talvez eu esteja enganada. Os sintomas de uma Gripe A, são, em certa generalização, uma Gripe Comum exagerada, com excessão a um dos sintomas que é o contrário, mas não me recordo agora. Também me recorda alguns sintomas da Dengue. E aí eu entro em outra questão, minha amiga postou no twitter algo como "Por acaso vão encontrar alguma solução milagrosa para a gripe suína até o dia 10?" Por que o dia 10? Dia 10 foi a provogação de férias que todos os colégios do Paraná fizeram, para "proteger" as crianças da epidemia. E de quê isso vai adiantar? Eles não vão simplesmente encontrar uma solução milagrosa, algo que vá acabar com a epidemia nesse meio tempo e eu me pergunto: vai fazer alguma diferença? Eu creio que não.
Voltando ao assunto do "Fim dos Tempos", você vê pessoas andando de máscara nas ruas e algumas até um tanto apavoradas, algo bem ao estilo "Eu Sou a Lenda", como disse o meu pai. Se você vê uma pessoa com máscara, difícilmente vai se sentar ao lado dela no ônibus. Ah, os ônibus... Quantas pessoas não ficam... tensas - por falta de palavra melhor - ao descerem deles e se desperam pra encontrar logo um lugar onde possam lavar as suas mãos? Sem contar com as limitações... Quantas eu não recebi? Se eu não vou pro colégio pra me proteger, então definitivamente eu não posso sair e estar em contato com pessoas. Mas será que isso adianta mesmo? Eu digo... Por que só as aulas? Então as pessoas que trabalham deveriam também ficar em casa, não? Só as crianças podem pegar? E os pais? Eu acho que é uma coisa muito relativa essa história de proteção. Eu não sei o que faria se qualquer pessoa da minha família contraísse esse vírus. E é aí que eu me pergunto, pessoas já morreram, sem motivo algum, por esse vírus. E daí que vem aquele pessoal dizendo "Quem tiver que pegar, vai pegar, não adianta." ou "Estava mesmo na hora dele (a)." Eu não acho que isso seja, definitivamente, uma coisa que se diga para o conforto de alguém que acabou de perder outro alguém.
E é aí que eu volto pra mesma questão, estamos mesmo no fim dos tempos? Com todas essas epidemias, doenças que tiram a vida, fazem sofrer. Com a violência. Com as drogas. Com jovens, cada vez mais jovens, se prostituindo em ruas pra sustentar vícios, com pais matando seus filhos. E a televisão omitindo todos esses fatos? Sim, porque ela omite. Eu não acho que tudo de ruim que aconteça vá de fato pra televisão, há uma porção de coisas que eles sequer mencionam, coisas demais pro meu gosto. Não quer dizer que porque você "assiste ao Noticiário da Globo" você é uma pessoa que está por dentro do mundo. Eu até acho que se você é de fato uma pessoa presa à Globo, você acaba é sendo um alienado. Não que eu não seja. Sou adolescente, tenho 16 anos, passo parte da minha vida na frente do computador e na maior parte desse tempo fazendo coisas inúteis. Mas eu tenho consciência disso. Tenho consciência de que o mundo lá fora está, literalmente, se acabando. Não apenas por esse "Novo - já velho, até - vírus", e sim por muitos outros fatores, como escassez da água, cada vez maior. A poluição, contribuindo pro fato anterior. Os milhares de outros fatores que mencionei. A violência, eu mesma já fui assaltada quando estava voltando do colégio, por um garoto que com certeza não devia ter três anos a mais que eu.
E daí eu poderia relcamar da política... Do tipo, onde está a segurança prometida no Horário Eleitoral? Onde estão as promessas? Cadê os planos? As pessoas definitivamente não sabem, não fazem idéia de quem elas estão colocando no poder. Eu não estou reclamando do Governo Lula, na realidade, estou reclamando de um todo. Cada político. Cada demonstração de corrupção. Isso pra mim também faz parte do tal "Fim dos Tempos" que nós esperamos ansiosamente chegar. Será que nós, jovens, vamos presenciar esse "Apocalipse"? Na verdade, eu creio que não. Há muita gente que acredite em teorias como Meteoro Gigante de... 2012? E fenômenos que nem a física ou a ciência explicam, que estão pra acontecer. Mas isso seria realmente verdade? Eu digo, em 2000 se não me engano, houve todo aquele alarde por causa do "Fim do Mundo", e foi uma coisa que mexeu com o mundo inteiro. Eu era uma criança, bem me lembro, cheguei até a chorar porque eu tinha "medo de morrer", foi engraçado. Mas ah, outro fato que me lembrei agora, pra juntar aos "acontecimentos que indicam o Fim do Mundo - ou Fim dos Tempos", que foi o atentado ao World Trade Center, hoje em dia nem se fala mais no assunto, só é claro, fazem alguma coisa no dia 11 de Setembro, em memória ao ocorrido.
E é por este motivo, que esse post se intitula "No que você acredita?", você acredita nas previsões da Bíblia, ou em suas passagens contraditórias? Acredita num Apocalipse? Acredita nas milhares de Teorias Sobre o Fim do Mundo? Acredita em datas previstas?
Afinal, no quê você acredita?

Alessandra F.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Who am I?

Quem sou eu? Quando não temos nada de prático nos atazanando a vida, a preocupação passa a ser existencial. Pouco importa de onde viemos e para onde vamos, mas quem somos é crucial descobrir.

A gente é o que a gente gosta. A gente é nossa comida preferida, os filmes que a gente curte, os amigos que escolhemos, as roupas que a gente veste, a estação do ano preferida, nosso esporte, as cidades que nos encantam. Você não está fazendo nada agora? Eu idem. Vamos listar quem a gente é: você daí e eu daqui.

Eu sou outono, disparado. E ligeiramente primavera. Estações transitórias.

Sou Woody Allen. Sou Lenny Kravitz. Sou Marilia Gabriela. Sou Nelson Motta. Sou Nick Hornby. Sou Ivan Lessa. Sou Saramago.

Sou pães, queijos e vinhos, os três alimentos que eu levaria para uma ilha deserta, mas não sou ilha deserta: sou metrópole.

Sou bala azedinha. Sou coca-cola. Sou salada caprese. Sou camarão à baiana. Sou filé com fritas. Sou morango com sorvete de creme. Sou linguado com molho de limão. Sou cachorro-quente só com mostarda e queijo ralado. Do churrasco, sou o pão com alho.

Sou livros. Discos. Dicionários. Sou guias de viagem. Revistas. Sou mapas. Sou Internet. Já fui muito tevê, hoje só um pouco GNT. Rádio. Rock. Lounge. Cinema. Cinema. Cinema. Teatro.

Sou azul. Sou colorada. Sou cabelo liso. Sou jeans. Sou balaio de saldos. Sou ventilador de teto. Sou avião. Sou jeep. Sou bicicleta. Sou à pé.

Você está fazendo sua lista? Tô esperando.

Sou tapetes e panos. Sou abajur. Sou banho tinindo. Hidratantes. Não sou musculação, mas finjo que sou três vezes por semana. Sou mar. Não sou areia. Sou Londres. Rio. Porto Alegre.

Sou mais cama que mesa, mais dia que noite, mais flor que fruta, mais salgado que doce, mais música que silêncio, mais pizza que banquete, mais champanhe que caipirinha. Sou esmalte fraquinho. Sou cara lavada. Sou Gisele. Sou delírio. Sou eu mesma.

Agora é sua vez.

Martha Medeiros

Time is running out.

“Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era prêmio merecidos de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para oculta a desordem da minha natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como reação contra a minha negligencia; que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cólera reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio. Descobri, enfim, que o amor não é um estado de alma e sim um signo do zodíaco. (...) O sexo é o consolo que a gente tem quando o amor não nos alcança.” Memória de Minhas Putas Tristes, de Gabriel García Marquez, PG. 74-79

quinta-feira, 23 de julho de 2009

But the hardest part...

O tempo tem passado tão devagar e enquanto estou sentado pensando em você, a vida corre e eu fico aqui na mesma. E sabendo que ter você é bem difícil, eu vou imaginar você comigo. Eu decidi estar assim e enquanto isso me fizer bem eu vou aproveitar, porque acima de tudo o que eu quero é ser feliz. Você não falta na minha vida, falta no amor. Eu posso te esperar, é o que eu estou fazendo: alimento um desejo que talvez nunca seja satisfeito, não por minha culpa. Se de uma coisa eu tenho certeza é que eu te quis demais, e mais que isso eu fiz de tudo pra te ter comigo. O que eu pude fazer foi tentar, se não tive resultado eu tenho que aceitar. Se um dia você se arrepender eu vou te entender, mesmo que isso não signifique o amor que eu ja senti e que não foi correspondido.

Peguei esse texto do fotolog do Luke. É incrível como eu não consigo simplesmente esquecer, e só. Como eu queria poder voltar no tempo...

sábado, 18 de julho de 2009

You play games, I play tricks.

Não é ódio que queima dos seus olhos, mas eu também não poderia dizer que é amor, ou paixão. É somente algo que eu não sei explicar. É como fogo, normalmente, nós não sabemos explicar o fogo. Eu sempre soube, quando me meti com você, que seria exatamente como estar brincando com fogo, sem proteção. Mas eu quis. E a conseqüência óbvia era que eu ganharia uma ferida, dessas que nunca curam. Mesmo assim, eu quis me aprofundar e ir até o fim. E você sabia no que isso podia resultar, sim, você sabia. E agora você foge, mas eu te conheço, eu sei onde você está se escondendo. Mas eu não devo te procurar, porque eu já deveria ter aprendido a não brincar com você. Mas já é tarde, eu já estou no seu jogo e você não pode me tirar. E então eu vou rir, quando você não souber o que dizer, porque você sempre sabe a hora de 'fugir', é, você sabe. Mas eu também sei onde eu devo lhe acertar. E não é seu coração. Eu também sou esperto, me machuquei quando brinquei com você, pois sua chama queimava tão forte, que eu não sabia como controlar. Mas agora eu sei os jogos que você faz, eu sei seus truques e agora não sobraram armas pra você. Porque eu também tenho as minhas agora. Tenho meus comandos, minhas armas, sei a hora de usá-las. Embora você saiba como me nocautear, mas ainda resta alguma outra saída. Porque você não vai escapar assim fácil de mim. E a única coisa que eu queria, quando me meti com você, nunca foi estar dentro de um jogo, disputando contra você. Eu sempre quis estar ao seu lado e você nunca se importou. Será que agora isso importa? Talvez não. Como era pra ser. Eu consegui uma ferida, uma cicatriz. Eterna, devo dizer. Mas ainda não acabou. Eu conheço você, eu sei os jogos que você faz. E eu tenho minha maneira especial de desarmá-lo. Assim como deveria ser. Eu não quero uma briga, nem uma disputa. E se tudo isso que falo, vá se tratar apenas de amor, você acreditaria em mim?

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Eternal sunshine of the spotless mind.


É tão engraçado, e até mesmo irônico, devo dizer... Que ainda que você tenha conseguido me apagar totalmente de você, eu não acho possível eu mesmo fazer isso. Eu acabei de assistir "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças", já havia ouvido falar muitas vezes desse filme, mas nunca tinha tido a oportunidade de assistir. E é irônico, porque eu poderia estar lhe dizendo o quanto me lembrei de você assistindo, mas não posso. Por isso estou escrevendo aqui, pra qualquer um, apenas porque não pode ser pra você. Eu nunca me senti tão sem esperança quanto agora... E você não imagina o quanto isso é doloroso. Às vezes chega a ser engraçado, e eu preciso admitir, qualquer coisinha boba me lembrar você, como diálogos de filmes, livros, novelas, letras de músicas... Talvez isso faça parte do que foi a nossa perfeição. É, tivemos uma. Não há coisa que eu sinta mais do que a dor de ter perdido você... E o pior de tudo e não saber como eu fiz isso. Era um dia, você estava aqui. E no outro, já não estava mais. Me vi totalmente confuso, perdido. E tem sido uma coisa que eu não consigo parar de pensar. Eu fico mal, eu fico louco, insano. E eu sinto, todos os dias, a mesma dor. Eu sinto sua falta... E talvez você nunca saiba. Às vezes eu penso se você me apagou completamente mesmo, ou se em algum momento vais lembrar de mim. Bem, eu penso que se algum dia alguém falar "vina" pra você, talvez você se lembre que fui eu quem lhe disse que em Curitiba, vina era salsicha de hot dog. Mas eu não tenho certeza que você se lembraria que fui eu quem lhe disse. Talvez lembre apenas que "alguém de Curitiba me disse que vina era salsicha."
Eu queria poder não pensar em você tanto quanto eu penso. Porque dói. Porque eu tenho um buraco de uma perda aqui em meu peito... E isso realmente incomoda e você não sabe o quanto. E às vezes eu fico tão desesperado, eu desejo com todas as minhas forças te rever, mas eu sei, isso não aconteceria. Eu sinto tanta saudade de você. Eu não consigo me conformar, apenas não consigo... Mas quem sou eu pra exigir qualquer coisa, não é mesmo?
É até engraçado me pegar pensando em você às vezes, normalmente sempre tenho a sorte de me deparar com algo que se assemelhe a você... E normalmente o destino sempre tem sua forma especial de me fazer pensar em você... Seja da forma que for.

Clementine: Joely? What if you stay this time?
Joel: I walked out the door. There's no memory left.
Clementine: Come back and make up a goodbye at least, let's pretend we had one... Goodbye, Joel.
Joel: ...I love you...

terça-feira, 7 de julho de 2009

I could be everything for you.

Por você eu sempre fui qualquer coisa. Qualquer coisa que eu pudesse ser, qualquer coisa que eu não era, qualquer coisa que você quisesse. Eu era vermelho, eu era branco, eu era azul. Nunca preto. Por você, eu era quente, eu era morno, mas tentava nunca ser frio. Porque do frio você não gostava. Por você, eu era sempre doce, porque do amargo você também não gostava. Eu era estações, todas elas pra você, menos o inverno. Eu era calor pra te esquentar, comida pra te alimentar, eu era lar pra te proteger. Quando eu resolvi te deixar, porém, eu fui tudo... Tudo aquilo que não deveria ser. Eu fui preto, eu fui frio, eu fui amargo, eu fui inverno. Fui também melodia, mas de ouvir era só dor. Quis então voltar a ser as cores que você gostava, as estações que você preferia. Quis voltar a ser quente, morno, doce... Quis voltar a ser o lar pra você descansar, quis ser teu abrigo, quis te levar novamente comigo. Mas foi então que eu percebi, que eu já não era mais esse teu lar. Eu já não era mais essas cores. Eu já não era mais teu. E você, já não era mais meu.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Nothing lasts forever.

Eu achei que esse era o tipo de coisa que duraria para sempre. Ou pelo menos, o tipo de coisa feita pra durar... Não que eu acredite que algo seja pra durar pra sempre, é claro que não, mas eu pensava que não fosse ser mais uma coisa passageira na minha vida. Não que cinco meses seja algo a se considerar passageiro, mas de qualquer forma, poderia ter durado mais. Muito mais. Mas como eu posso ir contra aquilo que você quer? Simplesmente não posso...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Fingi na hora rir.

Eu acho que viver do passado realmente não vai levar nem você, nem eu, nem nenhum de nós a lugar algum. Não é mais a mesma coisa, ambos sabemos. Aquela velha história, que você nem deve saber "você é mais meu quando nós não estamos juntos", antes eu tivesse a coragem de deixar tudo isso intocado nas lembranças, seria eu um homem feliz em poder deixar o que é passado, no passado. Mas eu não sou capaz, eu me prendo toda e completamente a esse passado, querendo revivê-lo, talvez sem uma chance, apenas acreditando no que nós "poderíamos ser". E eu? Eu me sinto quebrado, me senti assim há meses atrás, e teria sido melhor me sentir assim por mais alguns meses. Acho que era melhor do que o sentimento de tê-lo sem possuí-lo, pois agora eu me sinto sozinho, mas com uma espécie de sentimento de abandono. Se antes a solidão não doía e não consumia, hoje consigo morrer cada dia um pouco mais... Porque não é mais a mesma coisa. Tudo mudou, desde a forma como nos tratamos até a falta de intimidade entre nós. Não me vejo no direito de tocá-lo, beijá-lo, abraça-lo até, não como fazia antes. Eu te sinto cada vez mais longe de mim e sei que dessa vez não é uma ilusão da minha cabeça, eu sei bem que agora, você não está escapando das minhas mãos, cada dia um pouco mais.
E hoje as lembranças queimam forte dentro do meu peito. Como eu te tratei daquela forma? Como eu fui capaz? Talvez se eu tivesse tido um pouco mais de cuidado, talvez nós ainda estivéssemos bem e eu poderia ser aquele que tocaria seu coração novamente. Mas agora vejo que eu (mas não vamos me enterrar em toda culpa, ora) e você também declinamos direto ao fracasso e é patético. Eu tenho certeza de que você não é mais meu, não mais como eu ainda sou seu. Se antes você já não era, quem dirá agora? Porém às vezes, ainda posso ver brilhar em seus olhos o resquício de esperança de que um futuro bom nos aguarda. Estaria eu certo? Estaria eu errado? Não queria eu saber. Apenas queria-te pra mim. Como uma vez li em uma canção, Los Hermanos, se bem me lembro "és um doce te amar, o amargo é querer-te pra mim", e concordo. Não há sentimento mais doce, esse de te amar. Você me faz perder a rota, o sentido, sem ti eu não me sinto no lugar. Mas acho que perdi a chance de fazer com que saibas que me sinto assim.
Queria eu poder me perder em ti novamente, compensaria mais que me perder em mim. Acho que não é o suficiente dizer-lhe que te amo, de fato que amo, mas não é o bastante. Queria apenas que desse-me a chance de tentar novamente. Por que não podemos? Tudo se torna mais difícil, por que não falar do tempo? Não lhe vejo mais, talvez trinta ou quarenta minutos. Isso é uma relação pra você? Benzinho, eu acho que não. Mas não quero usar a ironia, então esqueçamos que me dirigi a você com tal sarcasmo. Mas gostaria que refletisse sobre isso. Você não vê, provavelmente, o quanto eu sofro. Sofri ao te deixar, sofri pra lhe ter, e agora, sofro por tê-lo sem possuí-lo. Não me entenderias. Sequer eu me entendo. Mas entenderia algo simples? Como a soma de dois e dois são quatro, você entenderia quando digo que lhe amo? Sou sincero quando digo, mas você não acreditaria. Aprontei das boas com você, você não pode me perdoar? Acho que já paguei por muito tempo. Eu sei que você me ama, eu o amo também. Mas até quando essa tormenta vai durar? Você nunca mais será meu? Tempo nem sempre cura tudo. Concluo assim.

*Texto no masculino sim, mas isso é por motivo pessoal.