quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Awww dip

Viver deveria ser igual mergulhar. Porque antes de entrar na água, você precisa não ter medo dela. Então você mergulha. Muita gente deveria mergulhar de cabeça na vida. Mas não um mergulho qualquer, mas sim aquele mergulho onde você testa todos os seus limites. Você vai fundo. Até o fim do oceano imenso, porque você precisa desafiar-se. Você mergulha até o fim, mesmo que comece a precisar de ar e precise buscar a superfície. Mas ela está muito longe... Mas você precisa tentar, você precisa alcançar a superfície antes que seja tarde. Você está apavorado, porque você provou que podia ir... Mas nunca pensou se você poderia voltar atrás. Mas você não vai morrer. Simplesmente porque ainda não chegou a sua hora. Você começa a pensar em toda a sua vida e você nada mais rápido, mais rápido. Você não vai suportar e está perdendo suas forças. Mas está perto, tão perto.
Aqui, alguns desistem. Fim.
Mas tem outros que continuam, eles não podem simplesmente morrer. Porque eles já estão morrendo, porque você precisa desafiar a vida para sentir o valor que ela possui. E alguns chegam a superfície. Outros não.
Alguns ainda chegam e não voltam nunca mais. Trauma. Estes passam a viver eternamente na superfície. Outros são corajosos. Superam. E voltam. Eles mergulham novamente. E eles tentam mais fundo, estes aprenderam a lição. Aqueles que não voltaram talvez não tentaram o suficiente. Ou apenas era o destino deles, o de não voltar mais. O de mergulhar. O de ter coragem.
Existem ainda os que gostariam de tentar, mas tomam como base aqueles que não voltaram. E jamais ousam tentar.
Você jamais irá aprender com o erro dos outros, uma vez que você não aprende sequer com os próprios.
Os que tentaram e voltaram são heróis. Os que não voltaram fizeram a sua tentativa, não importa o motivo de não terem voltado. E os que jamais tiveram coragem de tentar são os fracassados.
Você precisa mergulhar de cabeça e alcançar o fundo. E voltar. Você tem capacidade para fazer isso. E você deve falhar e deve tentar de novo. E de novo. E de novo. Até que não existam mais motivos pelos quais tentar. E quando você conseguir, você precisa aumentar a proposta. A proposta para si mesmo. E aumentar. E aumentar. Até que não exista proporção que possa ser alcançada.
Você conhece seus limites, não seus limites que conhecem você. E você precisa ir muito além, porque nem sempre o limite é suficiente. Você precisa mergulhar até o fundo sem proteção. Você precisa sentir a vida e deixar que a vida sinta você também.
Você não é ninguém no mundo até provar que pode ser alguém. Você não é ninguém para si mesmo até provar que você é quem faz os seus limites e que não realidade na existem limites. Porque não existe medo.
Ou pelo menos não deveria existir...

sábado, 25 de setembro de 2010

Problemas habituais

Meninos dão problema. Cadê a novidade? Mas meninas também. Eu sempre costumo dizer que só é mais fácil se relacionar com uma menina - uma vez que você também é uma - porque só uma menina para entender a outra. Mas não é de longe assim. É claro que pode ser mais fácil, um menino não vai nunca entender quando você diz "estou de TPM" e vai achar que essa é a desculpa feminina universal para brigar e sair com a razão, não fazer sexo e milhões de prováveis etecéteras aqui. Mas nós sabemos que não é só isso, por isso talvez seja mais fácil lidar com outra menina. Assim como uma menina não entende às vezes porque os meninos são tão reservados, nunca se expressam... Ou talvez eu tenha essa imagem, pelo simples fato de que as vezes que eu tentei, eu provavelmente tentei errado. Ou com as pessoas erradas.
Mas meu ponto nem era esse. Na verdade, eu queria apenas um ponto de partida pra poder reclamar, xingar e dizer tudo que eu queria dizer pra ela e não posso, porque eu sei que ela vai se chatear. (Mais do que já está.) Mas pra variar, estou eu aqui reclamando. Porque essa merda fode com a minha vida provavelmente desde 2005. Eu sempre penso que se eu não tivesse escutado aquela minha amiga lá de 2005 e nunca tivesse criado aquela conta no Orkut, eu jamais teria conhecido nenhuma Carolina, Tatiana, Isabella, Ana... nenhuma. Mas não, eu não me arrependo disso, de longe. Porque todas foram especiais, todas TEM a importância que tem na minha vida e me ensinaram coisas. Mas a primeira coisa que começa a machucar é quando você quer muito estar perto de uma pessoa e sequer pode... porque ela está geograficamente longe de você. E distância dói e dói demais. Talvez esse fosse o ponto principal para eu ter desistido disso há muito tempo.
Mas daí vem todo o problema de passado, presente, vida própria. E isso fode. Eu não sei, talvez eu me sinta afetada pelos problemas dos outros porque eu não posso ajudar, ou talvez seja ciúmes, ou eu realmente deveria desistir disso, deixar pra lá. Mas não dá. Eu não consigo.
As pessoas dizem o tempo todo, elas sempre me disseram que eu precisava sair dessa vida, que isso sempre me fazia mal. Que eu precisava viver na realidade.
E daí vieram Max, Plínio, Rafael, Gabriel... Aqui, na realidade. E no que foi diferente? Tanto eles quanto elas me fizeram sentir do mesmo modo. A diferença é que com as meninas eu me sinto melhor, eu me sinto mais confortável. Mas aí entra o mundo todo contra uma escolha, como se eu precisasse viver sempre me escondendo e isso fosse um crime. O constrangimento para dizer uma simples frase "Eu gosto de meninos e meninas". Sim, Renato Russo disse isso. E ele era famoso. E ele podia. E não podia. Pouquíssimas pessoas aceitam esse estilo de vida alternativo. Eu particularmente sinto nojo dessa expressão. Eu sinto nojo de quem diz que é fase. Eu sinto nojo de quem diz que "Deus" não vai mais me amar. Eu sinto nojo de quem diz que o Diabo está conseguindo o que queria. EU SINTO NOJO DE SER JULGADA POR GENTE QUE TEM MAIS DEFEITOS QUE EU.
Eu nunca fiz mal pra ninguém. Eu sou reservada, não converso com muita gente. E confio. Eu confio as minhas coisas para as pessoas, porque eu não acho que eu precise me esconder. Eu não estou fazendo nada de errado. Eu estou vivendo. Estou tentando ser feliz. E esse é o meu jeito de ser feliz. Eu sou feliz assim. E ninguém tem nada a ver com isso.
Ainda que eu me sinta mal, que eu me magoe. Mas qual a diferença? Os meninos me machucaram, as meninas me machucaram. Eu machuquei meninos e meninas. Ninguém tá livre de sair ferido quando se coloca sentimentos e amor em jogo.
Eu me disperso... Meu ponto inicial não era meu ponto inicial e nem era esse de agora. Mas eu sinto uma confusão dentro de mim tão grande, que eu sinto como se precisasse falar. Falar de todo e qualquer assunto que me vem na cabeça. Falar, falar, falar. Sobre tudo. Eu gosto de falar. Não. Eu gosto de escrever sobre o que eu gostaria de falar.
Todo mundo diz que eu sou viciada, que o computador "suga" a minha vida. Mas a minha desculpa é aceitável... Aqui é o único lugar onde eu consegui encontrar pessoas que se sintam como eu me sinto, que pensem como eu penso e que tenham alguma coisa a ver comigo. Ou muito, dependendo. Mas é claro que as pessoas vão me desapontar. Isso é o ser humano, esteja ele em qualquer canto do mundo, sempre vai estar fazendo alguma coisa que nos desaponte. Mas a gente perdoa. Sofre, mas perdoa e faz tudo de novo. As pessoas são assim.
Até chega a hora que cansa, então você afasta essas pessoas da sua vida. E você vai afastar pessoas pelo resto da sua vida, mas é um ciclo interminável.
Eu poderia divagar muito mais sobre isso, mas eu não tô muito bem pra isso e eu só precisava escrever pra ver se eu desabafava um pouco. Mas nem isso tá resolvendo. Vou procurar outra coisa pra me distrair. Depois eu escrevo algo que faça mais sentido...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Send my love to the dancefloor

O seu corpo se movia quase com leveza pela pista, acompanhado das batidas da música. Poderia dizer que ele e aquelas batidas já eram como amigos íntimos e que seu corpo já se movia sem necessidade de ser comandado. Os olhos fechados, os lábios entreabertos. A expressão. Algo nele me fazia pensar como se seu corpo gritasse por uma grande confusão. E naquela hora eu o desejava, total e absolutamente.

Nota: Achei esse texto perdido aqui no meu computador e resolvi postar. Provavelmente era um projeto de fic, mas agora acho que está bom desse jeito mesmo. Yap. E uau, nunca mais postei aqui, vou deixar de ser desleixada com meu blog.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Só pra constar...

Some fake ass punk kid heckling The Academy Is, Gabe Saporta do what he gotta do!

...They even came prepared with a sign that read “EMO FAGS.” They were incessant in their heckling, and continued calling my friends faggots. And it broke my heart and angered me to see how it was affecting my friend William, who is a sweetheart and a sensitive guy, and who doesn’t necessarily have the ability to stand up for himself. But me— I ALWAYS look out for my friends. And sorry to sound like I’m trying to be tough, but if you fuck with our friends, you fuck with our whole crew. That’s what friendship is all about; that’s what family’s all about— getting each other’s backs.

sábado, 15 de maio de 2010

Misticismo

É chegado o momento, Alle, de romper com a estagnação. O Ás de Espadas transborda como arcano de conselho para você, hoje, sugerindo que você corte implacavelmente todas as coisas, pensamentos, hábitos e pessoas que não lhe servem mais e que procure sustentar seus pensamentos e opiniões, mesmo que isso signifique desencadear antipatia nos outros. Este é um momento de renovação em sua vida, de idéias novas que fervilham e você poderá tomar as iniciativas que tirarão sua existência da rotina e do tédio. Prepare-se para uma nova e deliciosa aventura e não se preocupe tanto em ter uma “personalidade simpática” nesta fase de sua vida. Há momentos em que a atitude mais sedutora é aquela que não prima pela docilidade, mas que se compromete com a verdade. É quando sabemos que não estamos sendo simpáticos, mas estamos sendo honestos. Ainda que não agrademos, não há como negar o notável poder sedutor da pessoa que age com integridade – mesmo quando age de uma forma superficialmente antipática.

(Personare)

domingo, 9 de maio de 2010

A dor que dói mais

Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada; se ele tem assistido as aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial; se ela aprendeu a estacionar entre dois carros; se ele continua preferindo Malzebier; se ela continua preferindo suco; se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados; se ela continua dançando da quele jeitinho enlouquecedor; se ele continua cantando tão bem; se ela continua detestando o MC Donalds; se ele continua amando; se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos; Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento; Não saber como frear as lágrimas diante de uma música; Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não querer saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer.
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...

(Martha Medeiros)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Baixinho, bem ali

"De tantas dores, grandes amores, tantos que já se foram, outros que nunca estiveram. Ter você era aconchego subentendido, a mão estendida que nunca chegava, apenas bordava preocupada. Entre tantos pontos e motivos coloridos, desenhos de uma cena feliz, ali ao lado, eu chorava baixinho uma perda, uma dor, um amor nunca acontecido. Baixinho eu chorava amparada pela sua presença logo ali ao alcance das palavras nunca ditas..."

terça-feira, 13 de abril de 2010

Nada mudou. Nada muda

Nós estávamos sempre compartilhando cigarros, bebidas, beijos. Tudo que fazia mal. Tudo que nos partia, quebrava e bagunçava. E mesmo assim continuávamos. Sem medir tempo, nem dor. E agora sou eu sozinha que se parte em dois, três... mil pedaços, sem sequer poder exigir que você os una novamente. Unindo-se à mim. Conectando-se à mim, como tantas outras vezes.
Porém tudo que eu sinto é a frieza do toque das suas mãos geladas, num cumprimento sem emoção. Você sequer diz "oi" e se diz, é pela obrigação do cotidiano. E eu fico aqui, do mesmo modo que eu estava no ponto de partida. Talvez pior.
Nada mudou se não nome, sobrenome e endereço. Mas continua igual. Você sempre esteve sem estar e eu ainda sim acreditei. Mas nada mudou e tudo continua igual.

domingo, 11 de abril de 2010

Time to pretend

Você disse 'Oi'; eu respondi.
Você não tinha mais cigarros; eu ofereci.
Você queria andar; corremos.
Você queria beijar; eu também.
Você tinha medo; eu não.
Você tinha algo; eu não tinha ninguém.
Eu te beijei.* Você me beijou.
Eu queria beijar; você não sabia mais.
Eu queria correr, você fugiu.
Eu tinha você; você não queria nada.
Eu disse 'Oi'; você disse 'Adeus'.
Eu tenho tantos cigarros; você nem fuma mais.
Queria que você ligasse; você não ligou.
Queria que você falasse; você se calou.
Queria que o tempo passasse; você voou.

A: Vamos nos encontrar?
B: Já nos encontramos. Inclusive, já nos perdemos.
A: Vamos tentar!
B: Já tentamos, mais de uma vez. Vamos parar por aqui?
A: Estamos parados há muito tempo.
B: Então, vamos deixar tudo como está.
A: Não podemos. Já mudamos tudo.
B: Vamos fazer o quê?
A: Não sei, me liga.

(Esteban)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

When does pleasure become pain?

Put your hand against your skin. Ponha sua mão contra a sua pele.
Rub it gently to begin. Esfregue gentilmente pra começar.
You feel it? Você sente?
Can you feel it? Você está sentindo?
When does pleasure become pain? Quando prazer vira dor?
When does sex become insane? Quando o sexo fica insano?
Last Legal Drug (Le Petit Mort), Korn.

Às vezes eu não sabia se deveria ir ou ficar, chorar ou sorrir, amar ou odiar. Era algo além da minha capacidade de raciocínio que me dominava a cada novo instante, começou de um jeito tão simplório que hoje me pergunto como fui capaz de cair em uma armadilha tão perigosa, uma teia cruel tecida por um único idiota, eu mesmo. Havia momentos em que eu queria fugir, me esconder, chorar, buscar o colo da mamãe, e a segurança em seus braços, amor de mãe ainda é verdadeiro, pois eu precisava de você para ser meu porto seguro, beijar meus lábios, e confortar-me nas noites solitárias, eu queria ter a certeza de quando estivesse em perigo olharia ao redor, e encontraria você, quando as dúvidas invadir-me você seria minha certeza, minha coragem, meu amor. Você faria meu dia completo, seria meu sol, meu pequeno raio de sol, sunshine. Eu preciso gritar, falar, te amar. É algo tão simples que torna-se cada dia mais distante, a dor era um problema diário cada vez que meu olhar mergulhava ao seu. Eu tinha certeza de que você era brilhante, mesmo que fosse no mais profundo da sua essência, eu sabia que você era doce, sabia que você também precisava de mim.

(Trecho de Beg For Me, de Nathalie Gaudêncio. Postada em Fics de Bandas)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

"Isso também vai passar..."

"Era uma vez um rei que administrava seu reino com extremo zelo e que para tanto contava com bons conselheiros e até mesmo com um sábio em sua corte, além de fiéis cavaleiros bem preparados para um combate inesperado.

Numa manhã o rei recebeu de presente de um visitante nobre um belo rubi e mandou chamar o joalheiro da corte para pedir a este que criasse um anel, que seria o seu anel da sorte, pois assim o aconselhara o visitante que lhe presenteara a pedra.

O rei pediu ao joalheiro que criasse um pequeno compartimento no anel que deveria estar exatamente debaixo do rubi, onde um pequeno pedaço de papel pudesse ser armazenado. Como o compartimento era muito pequeno, qualquer coisa que se escrevesse naquele pequeno pedaço de papel não poderia ultrapassar quatro palavras.

Quando o anel ficou pronto o rei mandou chamar o sábio e lhe explicou sobre o anel. O rei então pediu ao sábio que lhe escrevesse as quatro palavras que lhe pudessem ser úteis num momento de extrema necessidade ou desespero.

O sábio assentiu e pensou por um instante. Chovia há dias e o sábio disse ao rei que assim que a chuva passasse ele entregaria ao rei as quatro palavras já escritas no pequeno papel tendo-o colocado no compartimento do anel da sorte do rei.

Dito isto, o rei concordou e entregou o anel ao sábio.

Passados dois dias e também as chuvas que irrompiam no reino há quase uma semana, o sábio devolveu o anel ao rei e disse:

- Majestade: abra o compartimento do anel somente num momento de extrema necessidade.

O rei concordou e colocou o anel no dedo. Passadas algumas semanas, o reino foi invadido por bárbaros e estes queriam a cabeça do rei para poderem tomar posse do reino. O rei percebeu que seu exército era muito mais fraco que o do inimigo e que fôra pego de surpresa. Era a ele que eles queriam.

Não lhe restava outra alternativa senão fugir em seu cavalo. Sem alarde pediu a seu servo imediato que preparasse seu melhor cavalo e partiu sem rumo. Os bárbaros o perseguiam e o rei se sentia acuado e em desespero.

O rei tinha decidido poupar seus soldados uma vez que o exército inimigo era duas vezes maior que o seu próprio exército e sabendo ele que era a sua cabeça que os bárbaros queriam, decidiu partir só para poupar vidas e afastar a atenção dos bárbaros para uma região vizinha a do seu reinado.

Foi então que o rei lembrou-se do anel. Abriu o compartimento e pegou o pequeno pedaço de papel onde estava escrito:

- ‘Isso vai passar.’

O rei sentiu-se de alguma forma aliviado, enxergou logo adiante uma clareira, entrou nela, se escondeu, até que os bárbaros, já o tendo perdido de vista desistiram e partiram.

Já seguro, o rei retornou ao povoado onde todos o aguardavam ansiosos, uma vez que não acreditavam que ele ainda pudesse estar vivo. Quando o viram retornar são e salvo, houve festa e exultação geral entre todos. O rei sentia-se orgulhoso de si mesmo e em êxtase por estar vivo e por ter retornado ao seu reino que permanecera intacto.

Neste momento, o rei recordou-se das palavras escritas no pequeno pedaço de papel contido no anel pelo sábio e o mandou chamar. Ele agradeceu o sábio pelas palavras escritas. O sábio pediu ao rei que lesse novamente o papel.

O rei questionou pois ele estava tão feliz, tão alegre, não havia motivo algum para desespero naquele momento e nenhuma vida tinha sido perdida na quase batalha. O rei estava orgulhoso de si mesmo e alegre.

O sábio repete:

- Majestade: lhe peço que leia novamente o pequeno papel.

O rei olha com atenção ao semblante sério do sábio e abre o compartimento do anel e lê:

- Isso também vai passar..."

(Este texto é uma adaptação livre de uma parábola sufi e não foi escrito ou editado por mim)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Time wasted

I've been thinking about you, my love
And all the crazy things that you put me through
Now I'm coming around
Throwing it back to you

Were you thinking of me, when you kissed her?
Could you taste me when you licked her skin?
And all that while
I showered you with trust and promises

What I'm needing now is some sweet revenge
To get back all that I lost then
I gave you all I had to give
But I could never reach you

I thought I knew you
Once again, you used me, used me
I should have left you
Long before you used me, used me up

Spent my money, drove my car
I treated you like a shining star
But in my sky all burnt out you are

And I'll have the last laugh
When I see you walking with someother guy
'Cause I know you are gonna end up all alone

So take these words, some good advice
All you've done's gonna come back twice
You never cared how much it hurt
I really need to tell you

What I'm needing now is some sweet revenge
To get back all that I lost then
I gave you all that I had to give
But I could never reach you

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Shameless, loveless, heartless...

São 3:54 AM, e eu estava aqui lendo algumas coisas, lembrando de outras, conversando com alguém... Uma frase, em meio ao texto que eu lia "saindo rapidamente de dentro de mim levantando-se, sem necessidade de mais nada". E me lembrei daquele dia... O último dia que você esteve em mim. E como se eu tivesse vergonha de comentar. Sabe, olhando de um outro ponto de vista, não foi bonito, não foi legal. Não foi nada. Todas as vezes era a mesma coisa. Você me usava, se satisfazia e ia embora. Só naquele dia. Só naquele, você ficou comigo. E eu ainda acho que foi por pena. Você sabia na verdade o que tava rolando, o que eu tava sentindo. E porque eu tava chorando lá fora. Você simplesmente sabia. E você acha que é legal? Ou que é fácil? Você tem uma facilidade incrível de me ignorar e fingir que nada nunca aconteceu. Tudo bem, espertalhão, pra você é bem fácil foder e largar. É da natureza, não é mesmo? Deixa eu te falar uma coisinha, não é assim que se trata. Não é assim que você deveria ter me tratado. Eu nem digo pela parte de ter me usado, porque eu deixei. Mas acho que você me deve um pouco mais do que essa pouca merda que você me deu. Você me devia pelo menos um pouco de carinho, e não esse tratamento de merda que eu recebo. Qual é a de tratar qualquer uma dessas ninfetinhas com o melhor dos tratamentos e pra mim nada? O que eu fui pra você? Quem foi que te entreteu durante as férias? Me diz, meu amor, quem foi? Você nem é tudo isso pra eu te dar toda essa moral e me sentir dessa forma. Você não é nem metade disso. Foda-se, obrigada, você não merece nada. Otário, filho da puta, é isso que eu deveria pensar de você. E no entanto eu tô aqui, perdendo minha madrugada - e essa não é a primeira -, ouvindo músicas que me fazem pensar no que eu "perdi" de você. Enquanto você tá vadiando por aí. Mas eu sei que você não tá fodendo por ai. Alguma falta você tem que sentir, então que seja essa. Vai atrás das menininhas de 13 anos, talvez elas sejam tão vadias quanto eu fui, não é? Talvez elas sejam tão ingênuas quanto eu fui. Talvez elas te deixem usá-las tanto quanto eu deixei. Mas eu duvido, otário. Eu deveria te odiar ao invés de gostar de você. E no entanto, já são 4:08 da manhã e eu tô na merda, lendo qualquer porra e lembrando de você. Ouvindo qualquer coisa na televisão que me lembra você. E pensando em qualquer passado que eu talvez até tenha inventado. Porque você é um otário filho da puta, se fosse o contrário esse texto sequer existiria. Fora do contexto, vai se foder, eu ganharia bem mais se odiasse você. Estou bem, obrigada. Vá pro inferno.

Here goes nothing

Você tem mãos. Você tem os cinco dedos das mãos. Você tem seus dez dedos. Você tem um coração. Um coração que bate perfeitamente e funciona de um modo perfeito até demais pra quantidade de cigarros que você fuma. Você tem seus orgãos, funcionando em perfeita harmonia. Seu corpo é como um relógio e cada segundo é perfeitamente ajustado. E ainda sim, algo está faltando. Você tem amigos, tem dinheiro, tem uma vida boa. Você tem tudo, tudo menos alguma coisa. Você tem um vazio, bem ali, no peito. Um vazio que nada preenche. Você tem seu corpo funcionando perfeitamente, você tem pessoas. E ainda sim, algo está errado. Algo está faltando. E no final das contas é como se você não tivesse nada. No final das contas é como se seu coração estivesse podre. Suas mãos não tivessem serventia. E você não tivesse ninguém. E o mundo é pequeno demais pro tamanho da sua solidão. No final das contas é como se você não tivesse nada. E você tem tudo... Menos alguma coisa.

domingo, 28 de março de 2010

I learned to walk, not to love

Eu estava a três passos do extremo da minha coragem. A três passos da porta. A três passos de ter tudo. Ou a três passos de não ter absolutamente nada. De qualquer forma, eu estava a três passos. Meu coração batia a três batidas fortes por cada segundo. E em três segundos eu poderia sufocar. Só três passos. Mas os três passos mais difíceis da minha vida. Porque os passos mais difíceis não são aqueles, de quando você aprende que o mundo pode ser muito mais, quando você consegue andar e deixa de rastejar pelo chão, ou carinhosamente tratando a situação como um sutil “engatinhar”. Mas na verdade, é mais ou menos igual, quando você está ali, você é só uma criança pequena e imponente, mas você sabe que pode levantar, você sabe que foi pra isso que você nasceu com pernas. Você sabe que se seus pais, seus irmãos, qualquer pessoa é capaz de andar, você também pode. Mas você se sente incapaz, então ou você não tenta, ou tenta e cai, chora. Mas insiste e tenta de novo... Você pode até cair mais uma vez, mas vai tentar e uma hora, não vai mais ser tão difícil andar.
E que maravilhoso é quando você aprende! Pode correr, conhecer a liberdade! É belo, é maravilhoso, sublime. Quase como quando você conhece o amor. Que sentimento mais lindo esse, em que você pode acariciar, sentir borboletas no estômago, trocar carícias, sentir-se feliz. E que grande pacote de mentiras! Assim como quando você aprende a andar... Você vai achar bom no começo, mas depois você vai ver que ninguém mais te carrega no colo. Você vai cair correndo e vai se machucar. E vai doer. Então você vai pensar em como era bom quando você gatinhava. Lá você realmente tinha tudo. E no amor é mais ou menos assim. É quando você não tem nada que você percebe que tem tudo. E quando você tem tudo, sempre vai achar que não tem nada. E no final das contas, tudo que você pensar a respeito do amor vai estar errado. E certo. Porque o amor é aquele tipo de coisa que você não sabe ao certo o que pensar.
Eu estava a três passos de ter o amor da minha vida. Ou eu estava a três passos de ter a maior decepção da minha vida. Não importava. Eu estava a três passos da porta. Mas a casa imponente me colocava medo. Os três passos mais importantes da minha vida. Mas eu preferi continuar engatinhando. Eu poderia aprender a andar depois... Então eu fui embora. Medo, talvez bem mais complexo que o amor. Caminham juntos e atrapalham-se mutuamente. Medo, amor. São coisas que você não precisa sentir enquanto você não aprende a andar. Mas você não aprende a andar sem eles. Mas eu aprendi a andar. E a correr. E eu corri pra longe, fugindo. Porque eu não aprendi a andar na corda bamba que é o amor.

quarta-feira, 24 de março de 2010

If only my life could be like the movies



If only my life could be more like the movies. I want an angel to sweep down to me like it does to Jimmy Stewart in "It's a Wonderful Life" and talk me out of suicide, I've always waited for that one moment of truth to set me free and change my life forever, but he won't come, it doesn't happen that way. All the drugs, all the therapy, fights, anger, guilt, rave, suicidal thoughts, all of that was part of some slow recovery process, the same way I went down I came back up, gradually... and then suddenly. The pills weren't the cure at all, God knows, but they gave me breathing space which allowed me to start writing again only this time it was not as if my life depended on it.

domingo, 21 de março de 2010

Time to grow up

Eu tentei nos salvar de nós mesmos e do que queríamos... pensei que talvez assim pudéssemos arrumar um caminho, mesmo que fossem cigarros ou beijos sem sentido, toda a poesia que conseguir em três acordes e gritos.
Tanto trabalho para nada, afogar em esquecimento só serviu para ver você partir-se em dois... desculpa mas acho que é a nossa hora de crescer.

"Prozac Nation"

“Quando se olha o mundo de fora é muito fácil dizer o que se deve fazer, como e até quando. Achamos soluções para todo mundo, desde que não estejamos envolvidos. É fácil falar da dor que não sentimos, do amor que não perdemos, dos problemas que não temos e da vida que não vivemos. Somos assim muito sábios quando o espinho não está em nós. Os altos e baixos são comuns a todo mundo. Ninguém vive em linha reta. E há pessoas que suportam mais facilmente as subidas e descidas da vida que outras, como umas pegam certas doenças e outras não. Há coisas que não se controla, pois se tivéssemos escolha, optaríamos sempre por uma vida sã.”

*Texto não é da minha autoria e nem trecho do filme ou do livro, e foi retirado deste vídeo.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Screw you, I hope you blow away

Música, quotes, seriados... Tudo isso parecia ser tão difícil, parecia machucar tanto. Lembranças de coisas que nem ao menos existiram. Lembranças de meras fantasias, escritas no papel, na tela. E depois você cresce e pensa como a garota grande. Então você passa a ter responsabilidades e um belo dia você tem aquilo que tanto fantasiou. E as músicas, os quotes, os seriados continuam parecendo difíceis. E eles são. Eles continuam sendo. Mas agora eles tem significado. Agora você não tem lembranças fantasiosas no papel. Agora você tem de que lembrar. Você tem um toque a lembrar, você tem um cheiro a lembrar. Você tem alguém pra lembrar. E é quando você percebe que está completamente fodida. Porque esse alguém nunca vai passar disso que ele é. Esse alguém não mudaria, muito menos por você. E sempre, sempre vai existir alguém melhor. Afinal, é aí que você aprende que não se faz uma pessoa gostar de você. Ou ela gosta ou ela não gosta, é um fato. Ainda que você se doe por essa pessoa, ainda que você chegue perto do seu coração, não é isso que vai ser suficiente. Porque você apenas chegou perto. E perto não é o suficiente, você não chegou lá. Você falhou. Você falhou mais uma vez. Falhou lá, enquanto sua vida estava na tela, no papel, no caderno. E falhou agora, porque aqui você não é o suficiente. E agora você tem músicas e lembranças. E cheiros. E desejos. Desejo de que as coisas fossem mais fáceis, que o mundo fosse mais fácil. Não seria simples chegar e dizer o que sente? Mas isso apenas o afastaria... E isso você não suportaria. É claro, ninguém aguentaria. E tudo que você pensa é "por que ele não é diferente?" ou "por que eu deixei chegar até aqui?" Não é sua culpa. Ainda que você se culpe por isso, não tem nada a ver com você. Porque você foi forte, você encarou isso de frente. Você tentou. Não é sua culpa se ele não te notou, mas você fez a sua parte. E no final das contas, dá tudo na mesma merda, porque você falhou. Você não conseguiu o que pretendia e não vai demorar muito pra você ver tudo aquilo que não gostaria, que não queria. Vai estar bem diante dos seus olhos. Mas você ainda pensa em um futuro, já que ninguém sabe dele, ninguém o prevê, então você pensa. E no fundo você espera que o seu talvez tome algum fundamento. Bem, no fundo você também sabe que de nada adianta apostar nas suas incertezas. Ali no fundo você sabe que deve continuar aceitando o fato de que nada vai mudar e que nada vai fazer com que ele te note, com que ele goste de você. E por ventura, que um dia você possa chamá-lo de algo mais que amigo. Bem, você tem plena consciência de que nada vai mudar, mas você ainda sim acredita no futuro. E você faz bem, tanto quanto faz mal. Mas no fundo você é realista e sabe que tudo vai continuar a mesma merda. E isso já nem te motiva mais...

quinta-feira, 4 de março de 2010

We could be...

Eu acredito nas casualidades, nos encontros, nas passagens.
Nas conversas que temos, nas músicas que cantamos. No que somos e nunca deixamos de ser.
Eu acredito que podemos ser muito fortes, muito mais. Podemos ser como todos, e o tudo pode ser capaz.
Eu quero suas mãos, suas ideias e defeitos, que me ensine o seu jeito, enquanto aprende o meu.
Quero que faça sentido, que seja proibido, mas que entre nós todos não exista lei.
Quero ser tudo que tem graça, que tem gosto e da pra sentir.
Quero o que mais me da vontade, e quero vontade pra prosseguir.
Quero voar, mergulhar, morrer e matar a vontade de querer.

quarta-feira, 3 de março de 2010

"Me cerca, cercadamente."

“Cheguei até a ficar feliz com sua visita, era menos um dia, ou melhor, era uma esperança de menos um dia, porque ele iria embora, e quando ele fosse eu estaria novamente sozinho, e sozinho eu não me responsabilizo pelos meus atos, sozinho o meu mundo é desfigurado, é frio e sem graça, é sórdido, mas é meu, e sozinho mesmo eu já aprendi a caminhar nele, já estou acostumado com o embaçamento, com o peso, sei direitinho como é rastejar pelo chão, e num desses rastejar, qualquer dia caio ralo abaixo e lá se vai meu mundo desfigurado, enquanto meu pai estará aí, sentadão, firme no sofá da realidade, e eu disfarçando, tentando achar algum cipó para me erguer e sair dessa areia movediça que me cerca, cercadamente.”
(Estigma, Sergio Scol. PG 72-73)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

I'm not a liar. Not at all...

Eu posso ser uma mentirosa. Eu posso ser. Mas eu não conto mentiras... Talvez eu conte meias verdades, às vezes eu posso aumentar um ponto, apenas para reverter uma situação pro meu lado. E quem não faz isso? Eu te pergunto, quem não faz? Eu omito, eu finjo que não sou, ou às vezes finjo que sou. Eu finjo que não sinto, mas eu sinto... Eu sinto e eu sinto muito. Eu sinto muito por você. Eu sinto. E eu não minto. Talvez eu conte meias verdades, mas pra que você precisa da outra metade?

Changes

As pessoas mudam, querendo ou não... mudam. Os gostos, os rostos, as formas. Simplesmente mudam. Sem nenhuma explicação, sem nenhuma obrigação. Mudam porque cresceram, porque conheceram coisas novas, pessoas novas. As conversas mudam, os sorrisos mudam, os assuntos mudam. É difícil perceber e se acostumar que nada será como antes, e isso, de um jeito ou de outro, machuca. Machuca porque ambos mudaram, e isso... isso não dá pra mudar.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Me, myself and I

“Começarei uma revolta minha. Para mim o caminho agora ficou livre. Tudo será para mim, por mim, sem nenhuma transferência de personalidade. Eu serei o escritor e o personagem ativo e passivo dessa minha estória. Tudo girando em torno dos meus conceitos. Sem uma falsidade qualquer. Sem querer ludibriar o coro dos espectadores. Quero assumir todas as posturas e correr todos os riscos que podem me aparecer. E por isso minha revolta é grande. Ela tem o tamanho da minha introdução. Foi difícil, eu confesso. Foi difícil pra mim chegar até aí. Tive que vir lentamente, criando personagens, dando corpo a eles, dando meu tempo, dando tudo que seria de mim, tudo meu, fui dando sem medir conseqüências. Fui dando-lhes vida, forma, minhas angústias, meus medos, meu jeito mais individual de ser, e eu fui dando. Fui dando assim, de presente, como se fosse eu mesmo, me entregando inteiro sem dizer que era eu.”
(Estigma, Sergio Scol. PG 29-30)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Me abandone, por favor

Me abandone, por favor
Não posso viver esse amor
Não dá pra explicar o porque
Mas é o sofrer que me grita

Me abandone, por favor

Não é seu o meu amor
E é só minha a minha dor
O momento não para no seu relógio
Mas no meu já parou

Me abandone, por favor
Não é meu o seu amor
Mas será minha a sua dor
Se na insistência da impulsividade
A mágoa vier sem perdão
Jogando nós dois no chão

Me abandone, por favor
Não é nosso esse amor

Me abandone como trotes que abandonou frida
Com a paixão não consumida
E com a saudade da possibilidade não vivida

Me abandone, por favor
Pois já não sei mais do amor

Não sei abandonar o amor
Seja ele semente, fruto ou flor

Me abandone, por favor
Pois não sei mais nada do amor

Mas ele, ele sabe de nós.

O acidente


Derrapei. Na curva. E permaneço, até agora, preso nas ferragens cujas chamas a chuva fez o dever de apagar. Não sinalizo pedido de socorro, muito menos gasto minhas já gastas cordas vocais clamando por ajuda. Parece que nunca me senti tão confortável. Nunca antes havia encontrado prazer em ter meus órgãos esmagados em caprichos e dobraduras origami de aço e vidro. Meu olho esquerdo focaliza a pista na qual vejo passarem todos esses carros, tão mais velozes, tão mais bonitos, novos, e com pilotos tão mais atentos do que eu. Coitados, - Penso - nunca sentiram o solavanco repentino e inesperado lhes fisgar as entranhas como um talentoso assaltante que te toma a carteira e deixa de brinde um punhal te adentrando os pulmões, pelas costas. Nunca tiveram seus olhos ameaçando escapar das suas órbitas. Nunca testemunharam o momento em que aço vira papel, nem tiveram a oportunidade de torcer para que o óleo encontre a faísca. Coitados. Eu quero mesmo é que tudo exploda. E que seja luminosa, a explosão, que ecoe pelos quarteirões e faça tremer teus vidros, quebrar tuas janelas. Que perturbe teu sono e te faça ir pra rua pra ver o que aconteceu. Você não vai me encontrar lá. Eu não sou o piloto. Não sou o passageiro. Não sou o pedestre. Eu sou o acidente, e eu sou grave.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

I'd lie.

Don't ever fall in love, he swears, as he runs his fingers through his hair. I'm laughing 'cause I hope he's wrong and I don't think it ever crossed his mind. He tells a joke, I fake a smile, but I know all his favorite songs and I could tell you: his favorite color's green, he loves to argue, born on the seventeenth, his sister's beautiful, he has his father's eyes and if you ask me if I love him... I'd lie. He looks around the room, innocently overlooks the truth. Shouldn't I like your walk? Doesn't he know that I've had it memorized for so long? He sees everything in black and white, never let nobody see him cry. And I don't let nobody see me wishing he was mine. He stands there, then walks away. My God, if I could only say I'm holding every breath for you. He'd never tell you, but he can play guitar. I think he can see through everything but my heart... First thought when I wake up is... My God, he's beautiful! So I put on my make-up and pray for a miracle. Yes, I could tell you: his favorite color's green, he loves to argue... Oh god, and it kills me... His sister's beautiful, he has his father's eyes... But if you ask me if I love him... If you ask me if I love him... Oh, I'd lie.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Fragmento

‘‘O apartamento tem janelas enormes. Do outro lado das janelas há uma ponte. Embaixo da ponte há um rio.
A ponte é velha, oxidada. Nem um pouco artística. Só uma feia relíquia pós-industrial.
O rio é uma piada. A água é escura, espessa, parada. Durante o inverno não se congela. Muitos dejetos.
Nos dias ensolarados, isso dá à superfície um estranho brilho verde-azulado.
Hoje não tem sol, apenas uma chuva fina. A ponte se oxida mais um pouco. O rio continua negro.
E ele* não consegue ver o fundo.’’

Trecho retirado da Fanfic Under The Bridge, de Blue, traduzida por Mika Maboroshi
*palavra original alterada

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Indignação desnecessária

Eu estava pensando no que postar, porque estava com uma imensa vontade de escrever algo no blog hoje, mas não sabia sobre o que falar. Não costumo contar sobre meu dia, pensei em falar sobre alguns sentimentos que estão guardados, mas não, prefiro que eles continuem guardados, assim como deve ser. Pensei em falar sobre alguma notícia escandalosa, visto que hoje várias manchetes me chamaram a atenção. Coisas como "Moradores chineses vivendo em banheiros", "Casal manteve a filha presa no armário durante um ano", "Banho de sol aumenta a libido masculina" (Essa me chamou a atenção e me fez rir bastante quando vi a foto que dois gordinhos na praia, combinando bastante com o clima da matéria. Você pode conferir a foto, clicando aqui, rs). E foi então que eu me dei conta... Nada mais tem prioridade. Um assassinato pode tranquilamente ser classificado junto de uma receita de carne de panela e está tudo bem, a porcentagem de pessoas que vai ler a receita da tal carne de panela é muito maior do que a que vai ler sobre o assassinato. Porque não existem mais prioridades. No fim das contas, não há mais serenidade em nada que se faça, não tem mais prioridades. Também não tem sentido fazer um post desses, mas...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

You think outsiders are any less crazy then we are?

‘‘Once upon a time, powerful wizard, who wanted to destroy an entire kingdom, placed a magic potion in the well from which the inhabitants drank. Whoever drank that water would go mad. The following morning, the whole population drank from the well and they all went mad, apart from the king and his family, who had a well set aside for them alone, which the magician had not managed to poison. The king was worried and tried to control the population by issuing a series of edicts governing security and public health. The policemen and the inspectors, however, had also drunk the poisoned water, and they thought the king’s decisions were absurd and resolved to take notice of them. When the inhabitants of the kingdom heard these decrees, they became convinced that the king had gone mad and was now giving nonsensical orders. The marched on the castle and called for his abdication. In despair the king prepared to step down from the throne, but the queen stopped him, saying: ‘‘Let us go and drink from the communal well. Then we will be the same as them.’’ And that was what they did: The king and queen drank the water of madness and immediately began talking nonsense. Their subjects repented at once; now that the king was displaying such ‘‘wisdom’’, why not allow him to rule the country? The country continued to live in peace, although its inhabitants behaved very differently from those of its neighbors. And the king was able to govern until the end of his days.’’
(Paulo Coelho, Veronika Decides to Die)

domingo, 24 de janeiro de 2010

I'm going to...

“I look at you sleeping inches away from my face, your breath touching mine not quite fresh air, but a rush still a frown creases the forehead I longed to kiss last night. The face turns, the lips part in a smile, I hope, I close my eyes, my heart beats a little faster, I clench my fists and twist my toes and I hear a gentle snore, I laugh out loud, I shake my head and with the spirit of the morning sun, kiss you fully on the lips. I await nothing, I care for nothing, I worry about nothing. Not you, not me, not silence, not pleasure, not pain, not what you will think, not what you will say. Yes, I guess I'm going to like you.”

You had it, you lost it

“Se tenho que ser fiel a alguém ou a alguma coisa, em primeiro lugar tenho que ser fiel a mim mesma. Se busco o amor verdadeiro, antes preciso ficar cansada dos amores medíocres que encontrei. A pouca experiência de vida me ensinou que ninguém é dono de nada, tudo é uma ilusão - e isso vai dos bens materiais aos bens espirituais. Quem já perdeu alguma coisa que tinha como garantida (algo que já me aconteceu tantas vezes) termina por aprender que nada lhe pertence. E se nada me pertence, tampouco preciso gastar meu tempo cuidando das coisas que não são minhas; melhor viver como se hoje fosse o primeiro (ou o último) dia da minha vida.”
(Trecho de Onze Minutos, Paulo Coelho)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

People come and go, memories stays


Parei pra pensar sobre as pessoas que passam pelas nossas vidas. As pessoas que passam, as que passaram e as que ainda vão passar. Pessoas sempre passam. Não é como se alguém fosse ser eterno, alguém fosse durar para sempre. Mas talvez todas estejam eternizadas no coração das vidas de quem elas passaram. Tanta gente já passou pela minha vida. Tanta gente que eu perdi e tanta gente que eu ganhei. Amores... Tantos que passaram, tantos que ainda vão passar. Embora triste é um tanto engraçado esse modo de ver as coisas. Hoje eu olho no meu MSN e vejo muitas das pessoas que passaram. Pessoas que dariam a vida por mim, pessoas que eu podia chamar de "melhor amigo", hoje em dia mal nos falamos mais. Mas eu lembro. Eu lembro de cada risada que eles foram capazes de tirar de mim. Cada drama que eles foram capazes de ouvir, apoiar e até mesmo me ajudar. E agora eu olho pras pessoas de agora... Eu vejo que essas também vão passar. Surge um aperto, porque eu não queria conviver com a idéia de que todos são pássaros e uma hora eles têm de voar. Mas eles precisam. Não importa se seja uma pessoa que você nunca viu, ou essas que você vê todos os dias. Nenhum requisito é necessário para que uma pessoa entre na sua vida e faça parte dela. E ainda cause impacto, seja importante, faça a diferença. Não é preciso nada para tanto. Ainda sim, quando sabemos que um dia isso tudo vai acabar, não temos medo, vamos fundo, continuamos nos relacionando com outras pessoas, até que tudo começa de novo. Outra coisa de que é preciso aprender, quando se lida com pessoas é que elas sempre irão nos deixar memórias. E essas memórias sempre vão doer. Porque memórias doem. Não porque elas foram ruins, mas justamente por isso: quanto melhor a memória, mais dora ela causa. Isso é porque uma memória sempre vem junto com a saudade e com a nostalgia. E essas sim são as vilãs, essas sim causam dor e machucam. Através disso, uma memória torna-se um sentimento quase tão mal vindo quanto uma saudade e um sentimento de nostalgia. Embora de um modo geral, saudade, memórias e nostalgia tenham, em suma, praticamente o mesmo sentido, empregando-o aqui, desse modo. Talvez o amor encaixe-se aqui também. Mas falar de amor sempre rende um leque infinito de assuntos, que tomariam um tempo gigantesco sem que a gente chegue a algum lugar. E sempre voltamos pro mesmo. Mas retornando ao assunto das pessoas... Parei para pensar nisso hoje. Meus amigos, todos eles um dia serão estes que já passaram e que vão me causar saudade. Eu não queria isso nunca, talvez porque me sinta tão apegada à eles que seja no mínimo doloroso pensar num amigo como se um dia ele fosse deixar de fazer parte da sua vida. Mas diante tudo muda. O que está acontecendo agora uma hora vai ter que mudar. Antes era diferente, já mudou. E sempre vai estar mudando. E as pessoas sempre vão estar passando. Sempre.