quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

I'm not a liar. Not at all...

Eu posso ser uma mentirosa. Eu posso ser. Mas eu não conto mentiras... Talvez eu conte meias verdades, às vezes eu posso aumentar um ponto, apenas para reverter uma situação pro meu lado. E quem não faz isso? Eu te pergunto, quem não faz? Eu omito, eu finjo que não sou, ou às vezes finjo que sou. Eu finjo que não sinto, mas eu sinto... Eu sinto e eu sinto muito. Eu sinto muito por você. Eu sinto. E eu não minto. Talvez eu conte meias verdades, mas pra que você precisa da outra metade?

Changes

As pessoas mudam, querendo ou não... mudam. Os gostos, os rostos, as formas. Simplesmente mudam. Sem nenhuma explicação, sem nenhuma obrigação. Mudam porque cresceram, porque conheceram coisas novas, pessoas novas. As conversas mudam, os sorrisos mudam, os assuntos mudam. É difícil perceber e se acostumar que nada será como antes, e isso, de um jeito ou de outro, machuca. Machuca porque ambos mudaram, e isso... isso não dá pra mudar.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Me, myself and I

“Começarei uma revolta minha. Para mim o caminho agora ficou livre. Tudo será para mim, por mim, sem nenhuma transferência de personalidade. Eu serei o escritor e o personagem ativo e passivo dessa minha estória. Tudo girando em torno dos meus conceitos. Sem uma falsidade qualquer. Sem querer ludibriar o coro dos espectadores. Quero assumir todas as posturas e correr todos os riscos que podem me aparecer. E por isso minha revolta é grande. Ela tem o tamanho da minha introdução. Foi difícil, eu confesso. Foi difícil pra mim chegar até aí. Tive que vir lentamente, criando personagens, dando corpo a eles, dando meu tempo, dando tudo que seria de mim, tudo meu, fui dando sem medir conseqüências. Fui dando-lhes vida, forma, minhas angústias, meus medos, meu jeito mais individual de ser, e eu fui dando. Fui dando assim, de presente, como se fosse eu mesmo, me entregando inteiro sem dizer que era eu.”
(Estigma, Sergio Scol. PG 29-30)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Me abandone, por favor

Me abandone, por favor
Não posso viver esse amor
Não dá pra explicar o porque
Mas é o sofrer que me grita

Me abandone, por favor

Não é seu o meu amor
E é só minha a minha dor
O momento não para no seu relógio
Mas no meu já parou

Me abandone, por favor
Não é meu o seu amor
Mas será minha a sua dor
Se na insistência da impulsividade
A mágoa vier sem perdão
Jogando nós dois no chão

Me abandone, por favor
Não é nosso esse amor

Me abandone como trotes que abandonou frida
Com a paixão não consumida
E com a saudade da possibilidade não vivida

Me abandone, por favor
Pois já não sei mais do amor

Não sei abandonar o amor
Seja ele semente, fruto ou flor

Me abandone, por favor
Pois não sei mais nada do amor

Mas ele, ele sabe de nós.

O acidente


Derrapei. Na curva. E permaneço, até agora, preso nas ferragens cujas chamas a chuva fez o dever de apagar. Não sinalizo pedido de socorro, muito menos gasto minhas já gastas cordas vocais clamando por ajuda. Parece que nunca me senti tão confortável. Nunca antes havia encontrado prazer em ter meus órgãos esmagados em caprichos e dobraduras origami de aço e vidro. Meu olho esquerdo focaliza a pista na qual vejo passarem todos esses carros, tão mais velozes, tão mais bonitos, novos, e com pilotos tão mais atentos do que eu. Coitados, - Penso - nunca sentiram o solavanco repentino e inesperado lhes fisgar as entranhas como um talentoso assaltante que te toma a carteira e deixa de brinde um punhal te adentrando os pulmões, pelas costas. Nunca tiveram seus olhos ameaçando escapar das suas órbitas. Nunca testemunharam o momento em que aço vira papel, nem tiveram a oportunidade de torcer para que o óleo encontre a faísca. Coitados. Eu quero mesmo é que tudo exploda. E que seja luminosa, a explosão, que ecoe pelos quarteirões e faça tremer teus vidros, quebrar tuas janelas. Que perturbe teu sono e te faça ir pra rua pra ver o que aconteceu. Você não vai me encontrar lá. Eu não sou o piloto. Não sou o passageiro. Não sou o pedestre. Eu sou o acidente, e eu sou grave.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

I'd lie.

Don't ever fall in love, he swears, as he runs his fingers through his hair. I'm laughing 'cause I hope he's wrong and I don't think it ever crossed his mind. He tells a joke, I fake a smile, but I know all his favorite songs and I could tell you: his favorite color's green, he loves to argue, born on the seventeenth, his sister's beautiful, he has his father's eyes and if you ask me if I love him... I'd lie. He looks around the room, innocently overlooks the truth. Shouldn't I like your walk? Doesn't he know that I've had it memorized for so long? He sees everything in black and white, never let nobody see him cry. And I don't let nobody see me wishing he was mine. He stands there, then walks away. My God, if I could only say I'm holding every breath for you. He'd never tell you, but he can play guitar. I think he can see through everything but my heart... First thought when I wake up is... My God, he's beautiful! So I put on my make-up and pray for a miracle. Yes, I could tell you: his favorite color's green, he loves to argue... Oh god, and it kills me... His sister's beautiful, he has his father's eyes... But if you ask me if I love him... If you ask me if I love him... Oh, I'd lie.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Fragmento

‘‘O apartamento tem janelas enormes. Do outro lado das janelas há uma ponte. Embaixo da ponte há um rio.
A ponte é velha, oxidada. Nem um pouco artística. Só uma feia relíquia pós-industrial.
O rio é uma piada. A água é escura, espessa, parada. Durante o inverno não se congela. Muitos dejetos.
Nos dias ensolarados, isso dá à superfície um estranho brilho verde-azulado.
Hoje não tem sol, apenas uma chuva fina. A ponte se oxida mais um pouco. O rio continua negro.
E ele* não consegue ver o fundo.’’

Trecho retirado da Fanfic Under The Bridge, de Blue, traduzida por Mika Maboroshi
*palavra original alterada

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Indignação desnecessária

Eu estava pensando no que postar, porque estava com uma imensa vontade de escrever algo no blog hoje, mas não sabia sobre o que falar. Não costumo contar sobre meu dia, pensei em falar sobre alguns sentimentos que estão guardados, mas não, prefiro que eles continuem guardados, assim como deve ser. Pensei em falar sobre alguma notícia escandalosa, visto que hoje várias manchetes me chamaram a atenção. Coisas como "Moradores chineses vivendo em banheiros", "Casal manteve a filha presa no armário durante um ano", "Banho de sol aumenta a libido masculina" (Essa me chamou a atenção e me fez rir bastante quando vi a foto que dois gordinhos na praia, combinando bastante com o clima da matéria. Você pode conferir a foto, clicando aqui, rs). E foi então que eu me dei conta... Nada mais tem prioridade. Um assassinato pode tranquilamente ser classificado junto de uma receita de carne de panela e está tudo bem, a porcentagem de pessoas que vai ler a receita da tal carne de panela é muito maior do que a que vai ler sobre o assassinato. Porque não existem mais prioridades. No fim das contas, não há mais serenidade em nada que se faça, não tem mais prioridades. Também não tem sentido fazer um post desses, mas...