segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Me, myself and I

“Começarei uma revolta minha. Para mim o caminho agora ficou livre. Tudo será para mim, por mim, sem nenhuma transferência de personalidade. Eu serei o escritor e o personagem ativo e passivo dessa minha estória. Tudo girando em torno dos meus conceitos. Sem uma falsidade qualquer. Sem querer ludibriar o coro dos espectadores. Quero assumir todas as posturas e correr todos os riscos que podem me aparecer. E por isso minha revolta é grande. Ela tem o tamanho da minha introdução. Foi difícil, eu confesso. Foi difícil pra mim chegar até aí. Tive que vir lentamente, criando personagens, dando corpo a eles, dando meu tempo, dando tudo que seria de mim, tudo meu, fui dando sem medir conseqüências. Fui dando-lhes vida, forma, minhas angústias, meus medos, meu jeito mais individual de ser, e eu fui dando. Fui dando assim, de presente, como se fosse eu mesmo, me entregando inteiro sem dizer que era eu.”
(Estigma, Sergio Scol. PG 29-30)

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